domingo, 28 de abril de 2013

Josef Fritzl


“O monstro de Amstetten”

Josef Fritzl manteve sua filha Elisabeth presa no porão de sua casa, na cidade de Amstetten da Áustria, durante 24 anos, de quem ele abusava sexualmente desde os 11 anos, gerando 7 filhos.

Josef era filho único. A sua mãe, Rosa, sofria de deficiência e ele cresceu praticamente sem pai, já que Franz Fritzl estava no exército. Ela vivia sozinha, depois de se ter divorciado de Franz, quando Josef tinha 4 anos, um acontecimento escandaloso na pequena e tradicional cidade austríaca, Linz.

Os amigos da escola relembram um rapaz tão pobre que os outros pais davam comida à mãe de Fritzl. Josef cresceu na época do nazismo, o que implicava disciplina e autocontrole. Sua mãe o ensinava sobre disciplina e os valores do trabalho árduo, mandando-o para uma boa escola para que aprendesse uma profissão.

Tem-se especulado sobre a possibilidade de haver algo pouco saudável na relação entre ambos, algo que Josef nega. “É um disparate completo dizerem que a minha mãe se aproveitou sexualmente de mim. A minha mãe era respeitável, extremamente respeitável. Amava-a sem limites. A minha reverência por ela era total. Contudo, isso não significa que houvesse mais alguma coisa entre nós. Nunca houve e nunca teria havido.”.

Contudo, quando lhe perguntaram se alguma vez fantasiou uma relação com a mãe, respondeu: “Sim, provavelmente... Mas eu era um homem muito forte, provavelmente tão forte como a minha mãe, e, consequentemente, era capaz de controlar os meus desejos.”.

Sabe-se agora que nos últimos anos de vida da sua mãe, Josef fechou-a num quarto e cobriu a janela com tijolos para se vingar dos espancamentos de que foi alvo.

Josef Fritzl era dono de um patrimônio avaliado em 3 milhões de euros no número 40 da rua Ybbsstrasse, na cidade de Amstetten, Áustria. Investia muito em seus prazeres e aparência, se vestindo sempre muito bem com roupas de marcas e sapatos feitos a mão. Aparentemente era uma pessoa gentil, reservada e educada.

Casa dos Fritzl

"Josef falava do tempo e de assuntos ligados à atualidade quando vinha à padaria. Lembro que ele se disse chocado pelo caso Kampusch" (jovem sequestrada durante oito anos no porão de uma casa perto de Viena, de onde fugiu em agosto de 2006), disse o padeiro.

Josef teve o primeiro encontro desagradável com a polícia aos 24 anos, depois de uma queixa de atentado ao pudor. A polícia relatou que Fritzl passou desse delito à violação de pelo menos duas mulheres em Linz, onde trabalhava na década de 1960. Uma das mulheres, porém, resolveu não prosseguir com a queixa.

Nos anos 60, ele trabalhou pelo gigante da siderurgia Voest na Áustria, que o contratou, segundo a imprensa, apesar de uma pena de prisão por tentativa de estupro e exibicionismo.

Entre 1969 e 1971, Fritzl trabalhou para a Zehetner, uma empresa de materiais de construção em Amstetten, onde o descreviam como “trabalhador inteligente e bom técnico”. No entanto, já nesse tempo mostrava tendência para a perversão sexual.

Proprietário de vários apartamentos, aos quais alugava, o austríaco era considerado um homem de negócios respeitável na área imobiliária. Josef também teve um restaurante nos anos 70. O estabelecimento foi destruído pelas chamas e ele foi condenado por incêndio voluntário e fraude do seguro.

Desde então, esta condenação e a precedente foram eliminadas de sua ficha, que estava limpa em 1994, ano em que as autoridades de Amstetten permitiram a adoção de seu primeiro "neto".

Elisabeth, quarta filha de Josef com Rosemarie, era a mais bonita das filhas de Fritzl quando se tornou vítima do pai. Com uma aparência tipicamente austríaca, maçãs do rosto salientes, olhos bem desenhados e um sorriso inocente. Sempre foi a menina dos seus olhos.

Elisabeth Fritzl

O que começou como um excesso deliberadamente cruel de disciplina e castigo, tornou-se uma fixação sádica: Fritzl começou a agredir sexualmente a filha. Elisabeth tinha 11 anos quando foi estuprada pelo pai pela primeira vez. Ela ficou tão aterrorizada e envergonhada que não teve coragem de revelar o que ocorreu para a mãe.

Durante sua adolescência, Elizabeth fugiu diversas vezes de casa, mas Josef sempre a perseguia armado e depois a estuprava. Josef a violava sem aviso, no carro e em caminhadas pela floresta. Quando Elisabeth se tornou mais velha e começou a mostrar os primeiros sinais de se tornar mulher, Josef tornou-se assustadoramente possessivo em relação à filha.

Elisabeth Fritzl

No dia 28 de agosto de 1984, o engenheiro eletricista austríaco foi ao quarto da filha Elizabeth, que tinha quase 18 anos, e mandou que o seguisse. Com um lenço encharcado éter, ele sedou a menina, algemou e aprisionou no porão da casa em que vivam.

Vista da casa de cima

Desenho da Casa vista de lado

A prisão de Elisabeth ficava na casa da família, um prédio de 3 andares. O porão começa no subsolo do prédio, mas o cárcere avança pelo jardim dos fundos, com menos 60m² divididos em três cômodos interligados por uma estreita passagem de 60cm de largura.

Corredor que interliga a cozinha com o quarto

Josef planejou durante seis anos o cativeiro subterrâneo. Ele obteve a primeira permissão para iniciar a ampliação da casa da família em 1978, quando Elisabeth tinha apenas 12 anos, sob a justificativa de construir um abrigo nuclear.

Quando Elisabeth foi presa, o reduto tinha 20 metros quadrados, um lavabo, um banheiro e uma cozinha. A medida que os filhos, frutos do incesto, foram nascendo, o lugar foi ganhando cômodos. Josef obrigava Elisabeth a auxiliar na escavação do lugar.

Banheiro e Cozinha

O primeiro cômodo com duas camas de solteiro, no meio um banheiro com chuveiro e uma espécie de cozinha e no ultimo um quartinho com uma cama de casal e TV. Um cano fornecia a ventilação e algumas partes não tinha mais que 1,70mts.

Acesso aos cômodos

Banheiro

Imagens variadas do Porão

Fritzl escondeu a entrada do cativeiro e somente ele sabia o código secreto e o acesso era feito por uma porta de concreto de 300kg à prova de som. Nenhuma janela, paredes úmidas e muitos ratos, que Elisabeth caçava com as próprias mãos.


Esquematização do Porão

Durante a primeira semana encarcerada, Elisabeth ficou amarrada no escuro e gritou até perder as forças, mas ninguém podia ouvi-la. Ela permaneceu algemada por 9 meses, por uma corrente que a permitia somente ir ao banheiro. 

Josef só retirou as algemas e as correntes porque elas dificultavam o sexo. Para eliminar qualquer tentativa de fuga, Josef instalou oito portas, três delas equipadas com dispositivos eletrônicos de fechamento com combinações que somente ele conhecia.

Para não levantar suspeitas, Josef denunciou o desaparecimento da filha, dizendo suspeitar que ela tenha se unido a uma seita. Elisabeth foi procurada por toda a Áustria. Um mês depois a família recebeu uma carta escrita por Elisabeth, a mando do pai, onde ela pedia aos pais para que não a procurassem mais, dando um fim às buscas.

Nos anos que se seguiram após ter sido aprisionada pelo pai, Elisabeth foi constantemente abusada e deu à luz sete crianças, sem qualquer auxílio médico. Nos primeiros nove anos de cativeiro, Elisabeth ficou grávida e deu à luz três filhos. Para o primeiro dos partos, em 1988, teve a ajuda de uma manta não esterilizada, tesouras sujas e um livro de preparação ao parto.

Elisabeth vivia sob constante ameaça de morte. Josef havia ameaçado atacar Elizabeth e os filhos com gases, dizia que o porão se encheria de gás caso tentassem escapar ou algo lhe acontecesse.

Em 1996, ela deu à luz a gêmeos, mas um deles morreu depois de 3 dias e teve o corpo queimado pelo pai-avô na estufa, onde ele também queimava o lixo produzido por eles. O sobrevivente recebeu o nome de Alexander.

Elisabeth vivia enclausurada com três de seus filhos, que nunca haviam visto a luz do sol. Quando foram resgatados, era um menina de 19 anos e mais dois meninos, um de 18 anos e outro de 5 anos. Seus outros três filhos, duas meninas e um menino, foram tirados do porão com poucos meses de vida e deixados por Josef na porta da casa da família, junto com cartas escritas por Elisabeth pedindo aos pais que cuidassem dos bebês, como se Elisabeth os tivessem abandonado.

Em 1993 é deixada a primeira criança. Na carta de 1993, Elisabeth diz aos pais que já é mãe de uma menina, Kerstin, e de um menino, Stefan, e que não poderia tomar conta de Lisa, então com 9 meses.

Rosemarie (Mãe de Elisabeth) e Lisa ainda criança

Em 1994 é deixada no local Monika, de 10 meses. Josef teria ligado para a esposa, imitando a voz de Elisabeth, pedindo para que a mãe cuidasse de sua filha. Em 1997, Alexander com 1 ano e 3 meses também é deixado na porta da casa. Em uma das cartas Elisabeth havia sido obrigada a escrever que “com sua avó e seu avô, a criança ficará melhor do que comigo.”. A mãe de Elisabeth nunca desconfiou.

Em Janeiro de 2003, Elisabeth escreve novamente para a família, para informar que deu a luz a um novo filho, Felix, em 16 de Dezembro de 2002.

Quando Josef violentava Elisabeth, ele trancava os filhos no outro quarto. Elizabeth conseguia roupa, sabão e comida através do pai. Ela também só teve acesso a dois tipos de remédios: para dor de cabeça e para dor de dentes.

Josef ia ao cativeiro todas as manhãs, exceto quando viajava, para levar água e comida que comprava nas cidades próximas, para não ser visto. Ele impedia que qualquer pessoa de sua família lhe fizesse perguntas sobre onde ele esteve ou o porquê de não ter passado a noite em casa.

No dia 19 de Abril de 2008 o caso começa a ser descoberto.

A investigação se deu início depois que Kerstin, a primeira filha que Elisabeth teve com o pai, foi internada na unidade de tratamento intensivo em condições críticas. Era a primeira vez em seus 19 anos de vida que a garota saia do porão da casa. A filha de Elisabeth saiu do porão inconsciente e tinha convulsões constantemente. Josef inventou a história de que a menina havia sido deixada na porta da casa com um bilhete de Elisabeth pedindo por ajuda médica.

Os médicos não identificaram as causas do inchaço na cabeça da menina, percebem que ela não possuía marcas de vacinas e que nunca recebeu nenhum tratamento médico. Também constataram a ausência da vitamina D, que precisa de luz pra ser absolvida pelo organismo. Suspeitaram de uma doença típica de incesto. Os médicos desejam ver a mãe da menina para fornecer mais detalhes sobre seu histórico clínico.

Da prisão subterrânea, Elisabeth vê os apelos dos médicos pela televisão e convence o pai a levá-la até a filha.  Em determinado momento, Fritzl teria libertado Elisabeth e os dois filhos que viviam com ela no porão, dizendo à sua mulher que a filha desaparecida desde 1984 havia decidido voltar para casa. A polícia aguardava Elisabeth e Josef perto do hospital onde a filha de 19 anos estava sendo tratada.

Hospital onde Kerstin foi internada

Quando Elisabeth, com então 42 anos, deixou a prisão imposta pelo pai durante 24 anos, ela tinha todos os cabelos brancos, todos os dentes careados e o rosto muito arranhado. Ela tinha a cor da pele descrita como um branco acinzentado, da cor de um cadáver.
As crianças sabiam andar e falar e Elisabeth os ensinaram a ler e escrever o que sabia. Eles tinham a aparência sofrida, não possuíam músculos no corpo e, apesar da altura do teto, eles não eram corcundas.

Elisabeth não queria falar. No início a polícia a ameaçou, alegando que ela havia omitido socorro à filha, depois prometeu que ela nunca mais veria o pai. Elisabeth concordou em fazer um relato à polícia após receber garantias de que não teria outros contatos com o pai e então a verdade veio à tona. O depoimento de Elisabeth levou mais de duas horas e disse não querer ver o pai nunca mais.

No dia seguinte, a polícia disse que os investigadores encontraram o local onde Elisabeth ficou aprisionada. Em 26 de Abril de 2008 o caso é totalmente descoberto e Josef é detido pela polícia, admitindo ter prendido a filha e cometido incesto.

Rosemarie, mãe de Elisabeth e esposa de Josef com quem ele teve outros 7 filhos, aparentemente não tinha ideia do que estava acontecendo, nunca soube de nada e não tinha conhecimento do porão... Havia ficado inconsolável e foi submetida a uma avaliação psiquiátrica. Quando reencontrou a filha, Rose disse “Não acredito que está livre. É realmente você?”.

Exames de DNA foram feitos e não foi encontrado o de mais ninguém no porão, além do de Josef, Elisabeth e os filhos. Josef sempre vetou totalmente o acesso ao porão.

Rosemarie e Josef Fritzl

Kerstin continuou internada, em coma induzido. A menina acordou do coma em Junho do mesmo ano e seus primeiros pedidos foram: assistir a um show do cantor britânico Robbie Williams e velejar. Para evitar o choque com a realidade, os médicos tiveram que simular o cativeiro na clínica onde os irmãos foram internados na época.

Ao se reunir com seus filhos depois de anos encarcerada e sem poder vê-los, Elisabeth os abraçou e disse: “Meus filhos! Vocês são tão bonitos!”.

Fotografia de Lisa aos 15 anos

O julgamento de Josef Fritzl teve início no dia 16 de março de 2009 e durou quatro dias no total. Calcula-se que ao longo de 24 anos ele tenha estuprado Elisabeth mais de três mil vezes.

Josef se escondeu atrás de uma pasta, para evitar que os jornalistas o fotografassem, uma atitude que, segundo seu advogado, é porque ele se sentia envergonhado. Também se recusou a responder as perguntas dos jornalistas.

Josef escondendo o rosto

Outra vítima, que afirmou ter tido medo e vergonha na época para apresentar queixa, tomou coragem depois de ver a história de Elisabeth e acusou Josef de tê-la estuprado, afirmando estar 100% segura de que foi Josef quem a violou, em Setembro de 1967, quando ela tinha 20 anos. "Nunca vou esquecer aqueles olhos. Senti os lençóis serem puxados para trás. Ele me disse: 'Se fizer um ruído, te mato!' Então me violentou em minha própria cama."

O engenheiro eletricista austríaco Josef Fritzl confessou ter mantido aprisionada sua própria filha, Elisabeth Fritzl, em um porão sem janelas por 24 anos e também admitiu ser pai dos sete filhos que ela teve, comprovadamente, através de testes de DNA, frutos do incesto. Negou a acusação de assassinato no caso da morte de um garoto recém-nascido no cativeiro.

Cronologia do nascimento dos filhos, fruto do incesto

A princípio Josef sustentou a ideia de que havia aprisionado Elisabeth para livrá-la das drogas, que ela era uma criança difícil, mas que não a havia algemado como um animal, dizendo que sempre foi amável com a segunda família que manteve encarcerada.

No dia seguinte, porém, ele decidiu se declarar culpado de todas as acusações depois de ver as 11 horas de depoimento da sua filha Elisabeth, gravado em vídeo e exibido numa sessão a portas fechadas. Também admitiu ter queimado o corpo da criança que morreu logo após o nascimento.

Quando questionado sobre o motivo pelo qual resolveu que três das crianças viveriam no piso superior, Josef disse que as crianças “adoeciam e choravam demais pro meu gosto” no esconderijo e tinha medo que os ruídos e gritos levassem a sua descoberta.

Josef pediu perdão pelos crimes que cometeu contra a filha. Perante a afirmação da juíza de que teve 66 horas para levar o recém-nascido ao hospital, Fritzl disse que "deveria ter feito algo". "Simplesmente não me dei conta. Pensava que o menino ia sobreviver".

No dia 19 de março de 2009, austríaco Josef Fritzl, aos 73 anos, foi considerado culpado de todas as acusações por um tribunal da cidade de Sankt Pölten, segundo decisão unânime dos oito integrantes do júri. 

Ele foi condenado pelos crimes de estupro, incesto, coação grave, privação de liberdade e homicídio por negligência (omissão de socorro) à prisão perpétua -pena máxima na Áustria- e ainda a passar por um tratamento psiquiátrico.

Boneco em frente ao tribunal Sankt Pölten, pede mais proteção as crianças

"Não se trata de um doente, pois se fosse doente não teria conseguido imaginar e realizar planos tão sofisticados", afirmou o psiquiatra e especialista forense Reinhard Haller, descrevendo Josef Fritzl como um "déspota que aterrorizou várias gerações de sua família".

Ao ser questionado pelo juiz se ele aceitava e entendia a sentença a qual ele não poderia apelas, Josef disse: “Aceito a sentença!”.

Fritzl foi levado a um centro para uma cela junto com outro preso, cuja identidade não foi revelada. A direção do centro e os psicólogos não consideram que, por enquanto, seja necessário colocá-lo em uma cela individual. Além disso, o responsável da penitenciária estava realizando trabalhos de prevenção de suicídio.

Franz Cutka, porta-voz do tribunal, disse que Fritzl pode ter direito a liberdade condicional depois de 15 anos, em 2024, quando terá 88 anos de idade.  Primeiro, ele terá de ter uma aprovação de psiquiatras. Ele será submetido a avaliações anuais para saber se continua oferecendo risco às demais pessoas. Se for considerado que sim, ele será transferido a uma prisão comum, onde cumpriria o resto da pena.

Em Novembro de 2010, segundo jornal britânico Telegraph, Josef recebeu autorização para a construção de uma garagem subterrânea, a 450m da casa onde morava. A solicitação havia sido feita em 2006, dois anos antes de seus crimes serem descobertos. Ele acabou declarando falência pouco antes de ser condenado à prisão perpétua.

Depois de condenado, Josef manteve os trâmites para a obra por meio de seu advogado de defesa. A autorização foi concedida para insatisfação dos moradores próximos que entraram na Justiça para tentar impedir a construção. Algumas fontes dizem que Elisabeth também havia se sentido incomodada com o fato.

Durante um tempo a casa dos Fritzl foi incluída no itinerário de um autocarro de turismo, atraindo vários curiosos e dezenas de jornalistas.
Curioso fotografam a casa dos Fritzl

Um dístico na vedação do jardim sintetiza a pavorosa dúvida: “WARUM? Hat es keiner gemerkt?”.

PORQUE? Será que ninguém repagou?

Em Janeiro de 2011, segundo relatos da imprensa austríaca, o prefeito da cidade anunciou que a casa seria demolida, por não conseguir atrair moradores. Posteriormente foi decidido que a casa será remodelada e transformada em moradia com fim social, um conjunto habitacional para pessoas de baixa renda.

O Governo da Áustria pretende enterrar o episódio, encerrando para sempre esta página. Providenciou inclusive a destruição de manuscritos que Joseph Fritzl redigia na cadeia com a intenção de escrever um livro sobre o crime.

Em uma entrevista na prisão, Josef disse que nunca recebeu visitas da esposa ou de qualquer de seus 13 filhos. Ele culpou as autoridades por esse fato. Disse que escreveu oito vezes para a mulher, mas ela nunca o respondeu. Mesmo assim tinha certeza de que Rosemarie ainda o ama.

Ao jornal alemão Bild, ele disse que sonha com a liberdade e que quer, no futuro, cuidar da esposa. "Gostaria de, algum dia, cuidar de minha esposa porque ela sempre foi fiel a mim".

Na entrevista, ele ainda descreve detalhes de sua rotina, como suas plantações de tomates e pimentões e o hábito de assistir programas de comédia na TV. Ele é vigiado por dois guardas, pra sua própria proteção, devido a natureza de seus crimes.

Josef na Prisão

Em suas entrevistas, Josef não demonstra arrependimento ou remorso por seus crimes, pelo contrário, se mostrou arrogante, uma de suas marcas registradas.

Em Outubro de 2012, a revista austríaca News, afirma que, após 55 anos de união, Josef se divorciou de sua mulher porque ela nunca o foi visitar na prisão e também nunca respondeu às cartas por ele escritas. Essa decisão tira da mulher o direito a parte da aposentadoria de Josef.

UMA NOVA VIDA PARA ELISABETH

Elisabeth e os seis filhos vivem agora em um local secreto sob nova identidade. Eles receberam terapia, mas não há relatos oficias sobre o atual estado de saúde.

Durante o tratamento, Elizabeth e seus filhos sofreram constantes flash backs de seu martírio, composto de severo domínio, surras, perversões sexuais, infestações de ratos, frio intenso, calor sufocante, fome e o medo diário de ser largada para sempre no porão para morrer sozinha com seus filhos. Por um bom tempo, Elisabeth e os filhos mais velhos só conseguiam dormir em quartos com as portas totalmente abertas.

Elisabeth decidiu se manter afastada da opinião pública e tarefa não foi fácil. Após vir à tona o caso de incesto e estupro, a mulher se refugiou em uma clínica com seus seis filhos. Lá, suportou o primeiro assédio da imprensa e agradeceu, a partir de um cartaz, pelo interesse da opinião pública e as mostras de solidariedade que chegaram de todo o mundo.

As mensagens manuscritas, colocadas dentro de palmas de mão desenhadas, são acompanhadas por palavras de agradecimento pelas manifestações de compaixão e simpatia procedentes do mundo inteiro.

Cartaz feito por Elisabeth Fritzl

"Desejo a recuperação de minha filha Kerstin, o amor de meus filhos, a proteção da família.", escreveu. Mas esse foi seu único contato com o mundo. Elisabeth não deu entrevista, não tirou fotos, nem fez qualquer tipo de contato com a imprensa.

Com o passar do tempo soube-se que Elisabeth conseguiu permissão para dirigir e iniciou um relacionamento amoroso com seu guarda-costas. Aparentemente sua vida começa a se tornar normal.

Em fevereiro, o tabloide britânico The Sun conseguiu uma foto de Elisabeth passeando com a filha. O periódico distorceu o rosto e a imprensa austríaca reproduziu a foto ocultando a cara das duas mulheres.

Elisabeth é a senhora loira

Elisabeth passeando ao lado da filha

A família de Elisabeth, que mudou de nome e foi viver em outra região do país, conseguiu assim, por enquanto, manter mais ou menos em segredo sua intimidade.

LIVRO: A Casa dos Horrores
A terrível verdade sobre a história de Josef Fritzl

O livro escrito por Nigel Cowthorne foi o resultado de uma pesquisa com base em recortes de jornal e entrevistas televisivas.

Capa do Livro

Sinopse

O curioso é que Nigel Cowthorne é mais conhecido por seus livros sobre sexo. Questionado sobre o motivo pelo qual resolveu escrever sobre o caso, Nigel disse que escrevia por dinheiro.

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14 comentários:

  1. muito estranho todo esse caso...a mãe da vítima, Rosemeri, durante todo esse tempo, não percebeu nada, nadinha??? Quando o monstro viajava, quem é que providenciava a comida para Elizabeth e os filhos-netos?? desde que soube desse caso, sempre desconfiei da participação da esposa..impossível ela não ter percebido nada de estranho nesses 24 anos...o monstro tinha que comprar roupas e alimentos para os filhos-netos, como é que a mulher não questionou isso e tantas outras coisas??? a filha desapareceu e ela não deu queixa, não tentou saber onde a filha estava, nem os irmãos de Elizabeth questionaram esse suposto desaparecimento???

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    1. Li em outro site que quando ele viajava ele deixava comida estocada. Ele obrigou a filha a escrever cartas para a mãe (e consequentemente para a polícia) dizendo que havia fugido e entrado para uma seita religiosa. Como ela já tinha 18 anos não podiam intervir. E sobre as roupas e comidas ele comprava em outra cidade justamente para não ser visto ou questionado.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. De tudo que li, pesquisei e assisti uma das coisas que me chamam muita atenção é que vc não vê nenhum tipo de envolvimento dos irmãos de Elisabeth, irmãos sempre sabe o que​acontece com os outros nesse tipo de assunto.

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    4. É exatamente o que eu penso. No começo achava que ela era filha única. Aí descobri que tinha irmãos. Como nenhum irmão não percebeu nada????

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  2. Mas ele abusava dela desde os 11 anos...e só a aprisionou aos 18 anos, então não tem como sua mãe não ter percebido nada, antes dela ser presa no porão, a mãe de Elisabeth já tinha perdoado ele antes por um estupro no início do seu casamento, então sim ela sabia dos abusos sim com sua filha, mas sempre foi tão cega de amor por ele e nunca quis encarar a realidade, se tivesse feito o certo sua filha não teria perdido 24 anos da sua vida desse jeito!

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    1. Notei o mesmo tipo de frieza no caso kampush, creio que essa impressão de (historia mal contada) em relação a mãe e aos irmãos que nós brasileiros temos ao ver a (negligência) deles. Seja pelo fato de sermos mais calorosos e próximos de fato de quem amamos. Para ter uma noção do quanto nesses paises as pessoas são frias, no caso kampush no dia em que fugiu ela entrou na varanda de uma vizinha usando apenas calcinha bateu na janela pedindo ajuda explicou quem era, e a resposta da senhora ao vela sem se quer abrir a janela apenas disse. "fique ao lado da casa enquanto ligo para a policia, e por favor não pise na grama" WTF??? Como em uma situação dessa um humano normal tem uma atitude assim? Eles são estranhos demais.

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  3. Também achei estranho a família, mãe e irmãos não perceber nada. Por exemplo eu ia querer onde está minha irmã. Ia perceber meu pai mexendo no porão , e ninguém da família quiz falar parece que só uma tia.

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  4. Rosemarie não sabia de nada mesmo!!! A perícia criminal austríaca comprovou que a mãe de Elisabeth não tinha conhecimento da passagem secreta de acesso ao porão. Pois fez investigações detalhadas no porão e encontrou lá dentro somente os DNAs de Josef, Elisabeth e dos filhos dela. Josef era tirânico, autoritário e não aceitava ser contrariado. Devido a tudo isso ele mantinha controle sobre Rosemarie, vedava o acesso dela e demais pessoas até a entrada do porão onde ele realizava serviços de bricolagens para "fazer uma média" e ela pensava que o que o marido fazia lá na entrada do porão era apenas uma de suas excentricidades. Aqui no Brasil, nós temos o costume de pensar que todo mundo deve saber de tudo o que se passa nas vidas dos outros, dentro e fora de casa, e quanto a pessoas como a mãe de Elisabeth, ela devia sim estar ciente do que o marido fazia (isso pela nossa ótica brasileira). Mas quem já viajou para a Áustria e já conviveu com o povo de lá sabe muito bem como é a sociologia e o jeito de ser da gente daquele país. O individualismo impera fortemente ali e por aquele ser um país europeu desenvolvido e de cultura materialista, ninguém procura se preocupar com a vida de ninguém. Socialmente falando, diferente do jeito brasilero de ser, o jeito austríaco é... digamos... tremendamente "gelado" no trato cotidiano, ou seja, dia a dia viva cada um no seu quadrado! Foi aí que Josef Flitzl encontrou uma maneira de se livrar das investigações e manter seu crime em segredo, até mesmo de sua ingênua esposa, que ficou em estado de choque e inconsolável no dia que o marido foi preso e Elisabeth reapareceu. Foi exatamente por isso que Rosemarie, os irmãos de Elisabeth, os inquilinos da Casa dos Horrores e todos os vizinhos da rua e moradores do bairro e da cidade se perguntaram horrorizados quando a tragédia foi descoberta: "Como pudemos ser tão destraídos e idiotas esse tempo inteiro?" O que aconteceu com Elisabeth Flitzl mostra que, não somente os austríacos, mas também todos os europeus dos países vizinhos tem que aprender a se sociabilizar melhor e deixarem de ser tão introvertidos socialmente! E fim de papo...

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  5. Parabéns pelo comentário Glauber Rocha.
    Eu acredito sim que seja totalmente possível as pessoas ao redor não saberem de nada, e quanto aos outros comentários: pessoal, o monstro era o Josef, imagina o quanto Rosemarie e até mesmo os outros filhos do casal devem ter sofrido ao descobrir tudo, não é legal julgar Rosemarie, pois com certeza ela ja deve sofrer em demasia por conta do seu autojulgamento.

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  6. Olá! A última foto do porão está errada, é de outro caso de sequestro.

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