quinta-feira, 14 de março de 2013

Andrei Romanovich Chikatilo


O Açougueiro de Rostov

Uma inspiração para Hannibal Lecter, Andrei Romanovich Chikatilo matou e canibalizou entre os anos de 1978 e 1990. 

ATENÇÃO!

Ao final desse post contém imagens fortes de algumas das vítimas de Chikatilo. [+18]
Antes de chegar ao final, tenha certeza de que deseja ver.


Criado somente pela mãe, pois o pai de Chikatilo foi prisioneiro e capturado na Segunda Guerra Mundial, fato que o deixou angustiado por toda a vida.

Quando criança, ouviu de sua mãe que seu irmão mais velho, Stephan, tinha sido devorado pelos vizinhos, durante a época de grande fome dos anos 30 na Ucrânia. O fato é que não existem registros do nascimento nem a morte de algum Stephan Chikatilo nesses anos da Ucrânia.

Chikatilo era quase cego e também sofria de um distúrbio sexual desde a adolescência, que o deixava periodicamente impotente. Esses problemas o levou a acreditar que foi cegado e castrado ao nascer, algo que abasteceu suas mórbidas fantasias de vingança violenta.

Chikatilo aos 21 anos

Alvo de ridicularizações intermináveis por conta de seu jeito estranho e quase afeminado, tinha poucos amigos e só admitiu que precisava usar óculos aos 20 anos. Também sofria de enurese noturna.

Casou-se em 1963 e teve dois filhos. Em 1973 sua mãe faleceu e Chikatilo começou a molestar meninas. Era professor e membro do Partido Comunista.

Chikatilo e seu filho

Chikatilo, sua filha e sua esposa

Sua timidez dificultava muito seu controle sobre os alunos, que sempre o ridicularizavam e o humilhavam, além de ser alvo de chacota dos colegas de trabalho que o achavam muito estranho.

Com o passar dos anos, ele passou a observar os alunos no banheiro, depois nos dormitórios e, posteriormente, ele passou a molestar sexualmente os estudantes.

Em dezembro de 1978, Chikatilo cometeu seu primeiro assassinato. Em uma cabana de sua propriedade, matou uma menina de 9 anos de idade, Lena Zakotnova. O corpo foi encontrado boiando no rio Grushevka com dezenas de cortes e incisões. Chikatilo só parou de apunhalá-la quando atingiu o orgasmo.

Um testemunha do desaparecimento da menina foi a polícia que fez um retrato falado e distribuiu por toda a cidade. O diretor da escola onde Chikatilo lecionava ficou impressionado com a semelhança entre o professor e o retrato. Chikatilo era um cidadão acima de qualquer suspeita: casado, pai de família, bom vizinho, membro do Partido Comunista e professor... Mesmo assim o diretor procurou a polícia.

Ao verificarem as margens do rio onde encontraram o corpo da menina, perceberam um barraco com as luzes acesas, que tinha os degraus sujo de sangue. A polícia descobriu que o barraco pertencia a Chikatilo que foi imediatamente chamado para depor.

Chikatilo foi liberado, pois sua esposa declarou que ele esteve o tempo todo em questão com ela, em casa. Apesar das evidências contra Chikatilo, a polícia achou mais fácil acreditar que Alexandre der Kravchenko, estuprador que estava em liberdade condicional por ter estuprado e matado uma garota de 17 anos em 1970, era o culpado. Ele foi julgado e condenado a prisão perpétua, posteriormente alterada para pena de morte executada em Julho de 1983 por fuzilamento.

Em 1981, ao ser demitido da escola, foi nomeado gerente de suprimentos de uma fábrica, na área industrial. Agora ele passava a vida viajando de estação em estação e podia escolhe suas vítimas com calma e tranquilidade. Seria uma exceção entre os Serial Killers, já que iniciou sua carreira criminosa aos 42 anos de idade.

Sua segunda vítima foi uma menina de 17 anos que foi seduzida por Chikatilo a ir ao bosque fazer sexo com ele. Cometeu um erro fatal ao começar a rir dele quando este falhou.

Em julho de 1982 esfaqueou uma menina de 12 anos por pelo menos 40 vezes no silêncio da floresta. Os restos mortais dela só foram encontrados um ano depois de se desaparecimento.

Durante o ano de 1983, Chikatilo fez mais três vítimas, inclusive sua primeira vítima masculina, um menino de 9 anos que foi castrado por ele. O corpo dele nunca foi encontrado.

Chikatilo atraía sua vítimas, nunca forçadas, a acompanhá-lo para áreas isoladas, em geral nas cercanias de estações de trem. Ao chegar nos lugares, onde bosques são comuns, passava a se comportar como um "lobo enlouquecido", como ele mesmo de descreveu. Amarrava sua vítimas, golpeava-as, prendendo-as contra o chão e imediatamente arrancava-lhes a língua com mordidas, para evitar que gritassem. Na sequência, as violava e mutilava.

A primeira mutilação era nos olhos: ele os arrancavam com a faca, para que elas não pudessem observar sua performance sexual. Depois de satisfeito, desmembrava-as ainda vivas, infligindo nelas entre 40 e 50 feridas profundas. Muitas vezes arrancava-lhes os órgãos genitais com a própria boca.

Outras vezes enchia a barriga das vítimas com terra e depois as destrinchava. Fervia e comia os testículos e mamilos arrancados, além de arrancar nariz e dedos. Muitas das crianças que matou, foram mutiladas ainda vivas.

As leis do pais, junto a outros fatores, foi o que permitiu ao ucraniano se transformar em um dos assassinos mais bem-sucedidos da história. Eram os anos de 1980. O desenvolvimento ainda não havia chego à Ucrânia. Não havia polícia para vigiar todos os lugares e as crianças perambulavam sozinhas porque seus pais estavam ocupados demais trabalhando.

O Partido Comunista da URSS negava a existência de um Serial Killer em seu território por considerá-los fruto do capitalismo, fato pelo qual os assassinatos não foram relacionados entre vi, levando a polícia a suspeitas de assassinos diferentes. Um critério de oportunidade que permitiu a Chikatilo a continuidade de seus crimes.

A violência de Chikatilo aumentava em progressão geométrica incontrolável. Em 1984, Chikatilo assassinou 15 pessoas. Até então, 10 vítimas de ambos os sexos já haviam sido assassinadas. A polícia estava alarmada com o número de vítimas. Chegaram a conclusão de que eram obra de um único criminoso.

A princípio foram investigados arquivos de hospitais psiquiátricos, além dos arquivos policiais, mas nada era parecido com aqueles crimes. Todas as pessoas suspeitas em crimes similares, inclusive o próprio Chikatilo, tiveram amostra de sangue recolhida para exame de tipo sanguíneo, com base no sêmen extraído dos restos mortais de algumas vítimas. O tipo sanguíneo de Chikatilo era do tipo A, incompatível com a do sêmen examinado, que era do tipo AB.

Um dos investigadores solicita que vários psicólogos, psiquiatras e patologistas sexuais elaborasse um perfil do assassino. A pessoa por quem eles estavam procurando:

- Sofria de distúrbios sexuais
- Tinha altura aproximada a 1,67 metros
- Estava entre 25 e 50 anos
- Calçava número 41 ou acima desse número
- Possuía tipo sanguíneo comum
- Provavelmente sofrera alguma forma de abuso sexual e brutalizava as vítimas para compensar o fato
- Não era retardado ou esquizofrênico
- Sofria de dores de cabeça
- Agia sozinha
- Sádico, sentia-se deprimido até matar
- Planejava seus crimes

Sem muitas informações, a vigilância foi se estreitando nas estações de ônibus, trem e bonde. Um homem de meia-idade, que usava óculos de grau e olhava com insistência para jovens garotas, chamou a atenção dos policiais que, constataram estar tudo em ordem ao verificarem os documentos de Chikatilo.

Dois dias depois os policiais viram Chikatilo novamente e resolveram segui-lo por um tempo. Perceberam que ele se aproximava de várias mulheres com idades diferentes, sempre tentando inciar uma conversa, insistentemente, como se seu objetivo fosse conversar com todas as mulheres que passasse por ele.

Obteve sucesso com uma delas, com quem iniciou carícias. Depois de um tempo ela se aborreceu e se levantou, gritando com o homem. Ao ser abordado pelos policiais, Chikatilo suava em abundância  relutando para não mostrar o conteúdo de sua valise.

Chikatilo é detido sob a acusação de assédio sexual, portando uma corda, um pote de vaselina e uma faca afiadíssima. Acusação que dava a polícia o direito de detê-lo por quinze dias para averiguações.

Durante esse tempo foi descoberto um registro criminal de roubo, o que permitiu a polícia um prazo de detenção por vários meses, dando aos investigadores um prazo maior para vasculhar o passado de Chikatilo. Várias descobertas foram feitas.

A polícia não tinha evidência real contra Chikatilo, então ele cumpriu apenas três meses da pena de um ano por roubo e foi solto em 1984. Em dezembro já estava empregado em uma fábrica, onde incluía muitas viagens a trabalho. Os crimes então continuaram.

Permaneceu sem matar até agosto de 1985. Uma jovem de 18 anos com problemas mentais concordou em segui-lo até uma mata perto da linha de trem. Foi morta e esfaqueada por 38 vezes.

Ainda em agosto, Chikatilo ofereceu o barraco para uma jovem, que não tinha onde dormir, em troca de favores sexuais. Mais uma vez ele falhou e mais uma vez a jovem riu, morrendo imediatamente, sem piedade.

Um segundo perfil criminal foi solicitado:

"Alguém que tinha controle de suas ações, narcisista e arrogante, achava-se mais talentoso do que era e desmerecido por seus pares. Seguia um plano prévio de ação apesar de não ser criativo. Era heterossexual, sádico e necrófilo. Primeiro atingia a cabeça das vítimas, atingindo-as, então, com inúmeras facadas, que simbolicamente significavam penetrações sexuais. Cegava suas vítimas por várias razões. Emasculava os meninos para feminizá-los e, quando fazia isso com meninas, manifestava seu poder sobre elas. Provavelmente guardava os órgãos sexuais extirpados ou os ingeria."

Uma hipótese interessante foi levantada: antes da maioria dos assassinatos as marcações do barômetro haviam caído. A maioria dos crimes aconteceram entre terça e quinta-feira. a idade do criminoso devia estar entre 45 e 50 anos e ele parava de matar quando se sentia ameaçado.

Em 1986 ficou decidido que qualquer pessoa que tivesse sido condenada por qualquer crime com motivação sexual fosse checada novamente. Assustado, Chikatilo parou de matar por algum tempo.

Em 1988 Chikatilo matou um menino de 13 anos que concordou em segui-lo atrás de alguma recompensa. Seu corpo foi encontrado nas proximidades da estação de trem local. Em julho desse ano, sua viagem a Zaporozhye resultou na morte de outro garoto que o seguiu floresta adentro. O ataque a esse garoto foi tão brutal, que a faca de Chikatilo quebrou na cena do crime, sendo encontrada pela polícia.

Chikatilo matou novamente em abril de 1988. Desta vez, sua vítima foi uma mulher de 30 anos. Na cena do crime, foi encontrada uma pegada do assassino, tamanho 45.

Em 1989 mais oito vítimas foram mortas por Chikatilo. Uma delas no apartamento vazio de sua filha. Ele embebedou e seduziu a vítima. Depois de esfaqueá-la e estuprá-la, se deu conta de que não poderia deixar seu corpo em local tão óbvio. Utilizando-se de uma faca de cozinha, decapitou-a, amputou suas pernas e embrulhou tudo em panos. Amarrou a trouxa no trenó de um vizinho e levou os restos mortais para um local de despejo seguro.

Outro crime foi cometido quando Chikatilo estava indo ao aniversário de seu pai. Ao ver uma menina de 9 anos, não pôde se conter: enganou-a para que o seguisse até a floresta e esfaqueou-a. Deixou ali seu corpo depois de arrancar seu útero e parte de sua face.

A última vítima de 1989 foi um menino de 10 anos, que ele conheceu numa locadora de vídeo. Foi morto a facadas e enterrado no cemitério de Rostov pelo próprio assassino.

Entre janeiro e novembro de 1990, Chikatilo matou mais nove pessoas. A preferência dele agora se definia por meninos. Uma dessas vítimas era um menino que teve seu corpo encontrado perto da estação de trem de Leskhoz, em Rostov. 

Depois desse assassinato, foi montado um grande esquema de vigilância permanente em todas as estações de trem e ônibus das redondezas. Um atendente da Estação de Shakhty reconheceu uma foto do garoto.

Contou à polícia que ele tinha comprado passagem acompanhado de um senhor alto, bem vestido e grisalho, usando óculos de muitos graus. Também disse que sua filha havia visto esse mesmo senhor um ano antes, em um trem conversando com um outro menino e tentando convencê-lo a descer do trem com ele. O garoto se recusou e fugiu. A polícia foi imediatamente com a tal filha do atendente, que deu uma descrição detalhada do tal homem. Disse que ele era frequentador constante dos trens, sempre tentando descer acompanhado de algum jovem.

Antes que a polícia pudesse chegar a Andrei Chikatilo, uma moça de 20 anos foi sua vítima, surrada, esfaqueada e mutilada. Teve a língua e ambos os mamilos arrancados, o corpo coberto com galhos e folhas.

A polícia começou a ler todos os relatórios o que os investigadores observaram nas estações. Em um dos relatórios constava que um dos sargentos trabalhando na estação de trem, reparou um certo dia em um homem andando pela plataforma, suando abundantemente. Ao chegar perto notou que o senhor em questão tinha mancha de sangue na bochecha e no lóbulo da orelha, além de um curativo num dos dedos da mão. Pediu os documentos do tal homem: Andrei Chikatilo, engenheiro sênior de uma fábrica de locomotivas em Rostov. O sargento faria mais perguntas, porém quando um trem chegou, Chikatilo insistiu que tinha que seguir viagem naquele momento. Não havendo nenhuma razão real detê-lo, Chikatilo pode seguir seu caminho.

Outro corpo foi encontrado na cidade de Ilovaisk. Logo descobriu-se que Chikatilo havia estado nessa cidade a negócios, na mesma data.

Em 10 de novembro de 1990, Chikatilo resolveu procurar um serviço de raios X para descobrir por que seu dedo, mordido por uma das vítimas, ainda doía tanto. Seu dedo estava quebrado. Recebeu tratamento e foi dispensado.

Ao chegar em casa, resolveu sair novamente para comprar cervejas. No caminho, parou para conversar com um garoto, mas afastou-se quando a mãe dele apareceu. Logo adiante, encontrou outro menino e engajou uma conversa, até que a mãe dele também o chamou. Foi então que três homens aproximaram-se dele e se identificaram como policiais.

Chikatilo foi algemado e preso para averiguações, levado para o escritório de Mikhail Fetisov, principal chefe de todos os esquadrões. Ao verificar a pasta que carregava, constataram que o conteúdo era o mesmo de seis anos antes: uma corda, vaselina e uma faca afiada.

Uma busca em seu apartamento revelou 23 outras facas diferentes, um machado e um par de sapatos que combinava com a pegada encontrada ao lado do corpo de uma das vítimas. O difícil para a polícia estava sendo acreditar que aquele gentil e educado senhor de fala mansa fosse o terrível monstro procurado há tanto tempo pela polícia russa.

Desta vez, ao ser interrogado, Chikatilo confessou em detalhes todos os seus crimes. Perfaziam um total de 53 vítimas, sendo 21 meninos, 14 meninas e 18 jovens mulheres. Novas provas médicas descobrem que ele padece de uma anormalidade natural: seu sangue é do grupo A, mas seu sêmen é do AB, algo raro, mas possível de ocorrer.

Ele se lembrava de absolutamente tudo! Datas, locais e até da roupa que suas vítimas estavam vestindo no momento do crime. Também descreveu o método especial que tinha desenvolvido para matar com facas, de forma que o sangue não espirrava nele mesmo.

Em 1992, Chikatilo foi enviado ao Instituto Serbsky, em Moscou, para uma avaliação neurológica e psiquiátrica. O diagnostico demonstrou que ele tinha danos cerebrais importantes que danificaram seu controle de bexiga e da ejaculação, mas era considerado mentalmente são e apto para ser julgado.

Seu julgamento teve início em 14 de Abril de 1992. Descreveu em detalhes seus sangrentos crimes, causando desmaios na platéia. Durante todo o processo, foi mantido em uma jaula de metal para sua própria segurança.


Chikatilo definiu-se como um "aborto da natureza", "uma besta louca", ao qual "só restava a condenação à pena de morte, o que seria até pouco". Durante o julgamento, Chikatilo abaixou as calças e disse: "Olhe para esta coisa inútil. O que você pensa que eu poderia fazer com isso? Não sou homossexual... Tenho leite em meus peitos. Eu vou dar a luz!"



Em 15 de Outubro de 1992, foi culpado por 52 assassinatos e condenado à morte. Escapou de um de seus crimes por falta de provas. Foi fuzilado com um tiro na nuca em 14 de Fevereiro de 1994.

Depois de todo o caso, muitos parentes de Andrei retiraram o nome Chikatilo de suas identidade.


Além de ter servido como inspiração na criação do personagem, também canibal, Hannibal Lecter, O filme "Cidadão X" foi baseado em seus crimes.

***

Veja a seguir, imagens de algumas das vítimas de Chikatilo









5 comentários:

  1. Meu Deus quanta falta de amor pelo outro, nesses casos só a pena de morte para poupar a sociedade de crimes como esses super macabros que esse ele cometeu.

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  2. Amei o site e que cara horrível era impotente e descontava suas frustações matando.

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  4. Amei o conteúdo do blog. Obrigado!

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  5. Justiça feita para estrupadores!

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